quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"AQUI É (CURVA DE) TRABALHO, MEU FILHO!"



Eu nunca fui um grande aluno de física nos tempos de colégio, mas sempre entendi o funcionamento de uma entidade física chamada CURVA DE TRABALHO que calculava o andamento das ações de trabalho de determinado meio do início de sua trajetória ao final dela.

Agora você deve estar se perguntando: “O que essa história de curva de trabalho está fazendo em um blog de esportes?”. A resposta é simples, ela pode ser aplicada no esporte e servirá para explicar o rendimento de Muricy Ramalho como técnico.

Confesso que antes dele assumir o São Paulo, pouco acompanhei da carreira de Muricy, mas sempre vi como muito vitoriosa, com diversos títulos estaduais e um vice-campeonato brasileiro (que na minha opinião equivaleu a um título, devido aos escândalos de arbitragem do ano de 2005 que claramente favoreceram o Corinthians, campeão oficial do ano). Mas quando chegou ao time do Morumbi comecei a prestar mais atenção ao seu trabalho e ao término do seu vínculo com o São Paulo pude analisar seu desempenho e para minha surpresa, obtive sempre uma curva de trabalho igual nos 4 anos.

Vejamos a curva dele entre 2006 e 2008 que ele esteve no comando do time integralmente.


Note que ele começa um pouco estagnado, tem uma crescente que normalmente batia com a parte decisiva da primeira fase do Paulista e da Libertadores e depois tinha uma queda muito forte, onde coincidia com os mata-matas do Paulista e Libertadores e dava início a uma crise no Brasileiro. Logo após ele começava uma recuperação, estagnava mais um pouco e tinha um crescimento final que culminava com o título brasileiro. Esta curva funcionava bem no São Paulo, pois ele iniciava seu trabalho em janeiro e terminava em dezembro (e assim consideramos pois, com novos jogadores, deve-se formar novos times, dando início a novos trabalhos).

Aí no ano de 2009, Muricy seguia sua curva de trabalho normalmente, mas foi demitido do clube após mais uma queda na Libertadores.

Foi contratado pelo Palmeiras no mês de Julho pelo Palmeiras. O time já era líder do campeonato e tinha um grande elenco. Mas, acabou perdendo o título e a vaga na libertadores. Vejamos a curva de trabalho dele no Palmeiras


O começo do trabalho estagnou o time na liderança e logo teve o primeiro ápice quando criou uma “gordura” na liderança. Porém, logo sua curva funcionou e ele teve queda de rendimento, primeiro perdendo a liderança, a chance de título e por fim a vaga na libertadores. Seguiu-se a curva de trabalho, pois o Palmeiras pouco contratou para o novo ano, ele teve uma estagnada e por isso acabou demitido. Se tivesse continuado, poderia conseguir algum título.

No Fluminense não podemos prever sua curva de trabalho ainda, mas notamos a tendência, pois começou estagnado, sendo eliminado da Copa do Brasil e numa boa posição no Brasileiro. Teve a parada da Copa e teve um crescimento no rendimento, chegando a liderança do campeonato e conseguindo uma gordura, mas entrou em queda de rendimento, que culminou na aproximação do Corinthians, que após vencer o confronto direto, igualou a pontuação com um jogo a menos. O que se seguirá, ninguém sabe. Muricy pode quebrar a curva de trabalho e chegar ao título, mas também pode seguir a tendência dela e novamente perder o título, mas não sem o crescimento e a vaga na libertadores.

Tudo isso é especulação!

Mas que a história de Muricy tem um “Q” de Cilinho, tem!

Cilinho estava cotado para ser técnico da seleção em 1988, após boa campanha com o São Paulo no ano, mas recusou, dando chance a Lazaroni assumir o comando e naufragar na Copa de 1990. Depois disso o técnico teve uma queda de rendimento e sumiu do cenário do futebol. Muricy já fez boa campanha no São Paulo e Fluminense e recusou a seleção...

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