quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ONDE ESTÃO OS NOVOS TÉCNICOS?

FUTEBOL NACIONAL/SELEÇÃO
Dorival Júnior: Uma exceção


Nos últimos meses a dança dos técnicos tem ocorrido com uma freqüência grande. Palmeiras trocou Muricy Ramalho por Antonio Carlos Zago que fracassou, sendo substituído por Felipão. O Corinthians perdeu o bom Mano Menezes para a seleção, trouxe Adilson Batista que não correspondeu e agora procura novo técnico: Abel Braga, Joel Santana e Parreira são nomes comentados. Santos trocou Luxemburgo por Dorival Jr., depois de uma crise interna Dorival saiu e atualmente o time é comandado por Marcelo Martellote, ex-goleiro do Bragantino, enquanto aguarda um novo técnico. Adilson Batista e Abel Braga são os cotados. O Flamengo era dirigido por Andrade, foi campeão brasileiro, trocou sem muita explicação por Rogério Lourenço, que eliminou o Corinthians na Libertadores, demitiu o treinador para trazer Silas, que em pouco mais de um mês, perdeu o posto para Luxemburgo. O São Paulo trocou Muricy Ramalho por Ricardo Gomes, que não correspondeu e foi substituído por Sergio Baresi, que não durou muito e foi substituído por Paulo César Carpegiani.

O que esses casos mostram?

Mostram que o Brasil vive uma carência absurda de novos talentos no banco de reserva e os times tem apostado em nomes que no passado foram consagrados. Dorival Júnior foi o último grande técnico a surgir e ter uma seqüência de trabalhos boa. Jorginho assumiu o Palmeiras depois da queda de Luxemburgo e vinha fazendo um bom trabalho, a diretoria preferiu apostar no medalhão Muricy e se afundou. Jorginho tentou o Goiás e Ponte Preta, mas não fez mais grandes trabalhos. Antonio Carlos treinou com relativo sucesso o São Caetano, foi para o Palmeiras e não repetiu o bom trabalho. Ricardo Gomes fez trabalhos medianos na França e afundou no São Paulo. Adilson Batista fez grande trabalho no Cruzeiro, mas não foi bem no Corinthians.

Os demais técnicos estão aí a pelo menos 10 anos. Muricy Ramalho começou a carreira no São Paulo em 97, e depois disso fez grandes trabalhos, principalmente no mesmo São Paulo onde se sagrou Tri-Campeão Brasileiro. Luxemburgo estourou em 1990 com o time do Bragantino e depois disso coleciona títulos. Parreira é técnico desde 1986, Joel Santana desde a mesma época. Renato Gaúcho que, como diria Milton Neves, é um técnico nota sete e meio, surgiu em 1996, ainda como técnico-jogador, no Fluminense e a partir de 2000 fez diversos bons trabalhos. Abel Braga brilhou com times menores até chegar ao Inter na sua consagração maior. Autuori tem seu primeiro título expressivo com o Botafogo de 1995. Carpegiani em 98 atingia o ápice da carreira ao chegar nas oitavas de final de uma Copa com um time azarão, o Paraguai. Felipão faz grandes trabalhos desde 89 com o time do Criciúma. Mano Menezes mesmo surgiu em 1999 com um bom time do Caxias que no ano seguinte viria a ser Campeão em cima do Grêmio do Badalado Ronaldinho. Depois disso fez bons trabalhos em Grêmio e Corinthians, chegando assim a seleção.

O Brasil está com dificuldade de formar novos técnicos. Zico, Leonardo, Dunga e Jorginho (o lateral) começam agora e vão bem, mas todos já tem uma mancha na carreira. Silas e Pintado engrossam os ex-jogadores com futuro promissor no banco, mas que ainda não provaram nada.

Essa carência de técnicos novos talvez explique o porquê de o Brasil não conseguir bons resultados nos últimos dois mundiais e o que pode levá-lo a fracassar me 2014. Não vejo um treinador com potencial de assumir a seleção depois da saída de Mano, apenas treinadores envelhecidos e que precisam de reciclagem. Talvez surja alguém com potencial nos próximos anos, mas isso é incerto, pois se os que aparecerem continuarem neste mesmo aproveitamento, não adiantará nada produzirmos bons jogadores, pois faltará comando a eles, fazendo com que o Brasil perca sua hegemonia no futebol mundial, ou tenha que fazer algo que diz ser contrário aos seus princípios...apostar em um técnico estrangeiro.

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